segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O preço da minha paz


Não há fórmula pro amor que dá certo. Nem pro alcance da paz. Eu quero, tu queres, ele quer, nós queremos, vós quereis, eles querem. Mas não me siga. Eu também estou perdida.

A busca da fórmula deve ter a haver com nossa missão na Terra.

Existe missão?

“Missão” é o que tenho que mandar rezar pra rechear de generosidade a minha gratidão.

Se cada pessoa é única, cada casal também é. Cada um tem q descobrir sozinho sua receita de sucesso.

Mas eu posso afirmar que constam no cardápio de Itu (= menu de possibilidades do mundo), banquetes, como o de Platão. E, se mesmo em meio a essa busca desenfreada de cada um, nas mais diversas direções, já somos presenteados com fartura dionisíaca, imagine se tivéssemos a bula da vida?

Além do mais, desse cardápio de Itu, o melhor prato, pra mim, é “meumaríder” e o melhor prato, pra ela, é “maridela”. Tem de todas as cores e tamanhos! A bula da vida prejudicaria as escolhas.

O que eu falo é de intuição. Dessa antropologia de revista feminina. Da minha tese de doutorado baseada nesse (ir?)restrito universo de pesquisa.

E por falar em doutorado, o dragão não acreditou que eu fazia mestrado! Como diria uma colega: “there is a brain behind my beauty”! (hehehe...)

Mas o dragão me ensinou muitas coisas. E uma delas foi o valor da minha paz.

Mil reais por mês.

Acha muito?

Não é.

Porque quando a paz assume o volante, ela abre as janelas. Dispensa o ar condicionado. Economiza.

E quando se abre as janelas... Ah, aí as coisas acontecem!

O vento desfaz o penteado e bate em popa. Economizando combustível e fazendo valer ainda mais a pena a mensalidade da paz.

Quando abre as janelas, você se lembra de que o pôr do sol não tem cor de película de carro.

Quando abre as janelas, você ouve a chuva te aplaudir e sente o cheiro do hálito leve do ar lá de fora.

Por isso, escolho o caminho mais fácil. O mais leve. Com o vento em popa. Em poupança.

Acontece que a pior atitude que alguém pode cometer contra a auto-estima é vender a alma.

Por mais que você negue. A sua negação não é capaz de contradizer o que É.

E o que é na essência do ser humano faz, dele próprio, responsável.

Teve convulsão na Copa de 98, levou gato por lebre em 2008.

Não, eles não são felizes. Eles roubam aqui e vão pra Europa. Mas se punem. Há uma "consciência inconsciente" de que merecem castigo. E se castigam. Ou são castigados.

Mas isso não nos preocupa. Somos grandes investidores.

Os mil reais já voltaram... Multiplicados.

Carolina Sousa Martins
(2008)