segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Há tempos quero escrever sobre isto...


Sim, os homens são interesseiros.


Aqui no Brasil, nós mulheres temos fama de interesseiras. Uma vez uma amiga minha (que hoje já deve ser psicóloga) falou que isso estava no inconsciente coletivo - que as mulheres eram criadas para, desde pequenas, conseguirem o que queriam dos homens pela sedução (diante do pai, pelo choro; diante do irmão, pela argumentação; e assim por diante).


Aliás, sobre o assunto, acho que era Marcel Mauss quem dizia que todos somos interesseiros e que toda e qualquer relação seria baseada numa troca de interesses. Um estaria interessado em dinheiro, outro em abrigo, outro em sossego, outro em amor...


Só que quando o interesse de alguém é em ser amado, ele não é chamado de "interesseiro". Só é interesseiro quem tem interesse financeiro! Eureka! Interesseiro é a mistura de interesse com financeiro!


Contudo, nada disso é do meu interesse. Minha intenção é convencê-lo de que os homens também agem por interesse. Não me cabe dizer se os interesses deles são mais ou menos morais do que o interesse por dinheiro. Mas me cabe dizer que os interesses masculinos não abarcam mulheres casadas! rs E por quê? Qual a única resposta óbvia? AS SOLTEIRAS TÊM MAIS PARA DAR OFERECER! rs


Se uma mulher disser a um homem que é solteira e pedir-lhe carona e, uma semana depois, uma amiga daquela mulher disser, a esse mesmo homem, que é casada e pedir-lhe carona, as reações desse fulano serão to-tal-men-te opostas! Pode fazer o teste.


Vou tentar explicar. Eu fiz uma experiência de imersão antropológica recente: casei-me. Pois bem. Foi assim que eu descobri que os cavalheiros (ao menos nos ambientes que eu frequento) oferecem um tratamento diferenciado para as solteiras. Um tratamento privilegiado... Solteiras, comemorem-se!!!


Quanto a mim, fato é que terminei um curso semestral um mês antes de me casar e comecei outro curso assim que me casei. Reparem que não houve tempo hábil para que eu me tornasse mais feia, mais inteligente, mais fechada ou qualquer outro “mais” capaz de intimidar os homens. Nada a ponto de provocar uma diferença de reação social tão visível. E risível.


Era uma outra turma. Com as mesmas características da primeira (mesmos nível social, média de idade e interesses de modo geral), mas era uma outra turma. A segunda era diferente: depois de casada, nenhum homem fazia a menor questão de me emprestar, para copiar, a aula que eu perdesse (se nenhuma mulher tivesse ido à aula que faltei, a Carol casada tinha que implorar, enquanto a Carol solteira já recebia por e-mail sem nem pedir!); nenhum homem me ajudava mais a instalar o notebook na tomada (não que isso fizesse falta, mas eu já estava “bem acostumada”); e, pra finalizar, Carol casada mor-ria de medo de o carro ficar "no prego"... rs


Essas e “otras cositas más” me levaram a me observar. Queria saber o que havia de errado. Até que percebi que o tratamento que me estava sendo dispensado, era o tratamento... para as colegas CASADAS! Isso mesmo. “A ficha caiu” no dia em que uma das solteiras entrou em sala, depois de faltar quase o primeiro mês todo de aulas, e fizeram a maior festa com a sua chegada (enquanto eu, se faltasse um dia, já tinha meu nome liminarmente ESQUECIDO). É que eu agora era... casada. Não estava escrito na testa, mas sim no anelar da mão esquerda. É que aqui em Brasília, uma aliança, se não tiver o sobrenome “Política”, é respeitada.


Não é verdade que os homens prefiram as casadas porque elas não lhes demandem compromisso. Claro que sempre tem aquele que gosta de mulher. Ponto. Qualquer mulher. Mas eu digo que os maridos podem ficar sossegados porque, em regra, os membros dessa misteriosa sociedade (a masculina) gostam de investimento a curto prazo.


Então, maridos, vossas esposas recém-casadas terão que descobrir o que podem oferecer em troca para constituir uma relação saudável com novos homens desinteressados no título de “amigo”. A casada vai descobrir um novo tipo de sedução interação. E aqui, sim, pode entrar o financeiro. Eu, por exemplo, já descobri qual o valor exato da gorjeta pros meninos do supermercado me ajudarem a levar as compras no carro fe-li-zes (e largarem todos os outros clientes na mão quando eu apareço...).


E essa convicção toda sobre a qual discorri tantas teorias sem embasamento evoca diversas variáveis. Entre elas, uma positiva e outra (a meu ver) negativa:

1) os homens de Brasília acreditam na fidelidade feminina (que bom!); e

2) não existe amizade entre homem e mulher???


A seguir cenas dos próximos capítulos...


Carolina Sousa Martins (2010)


* Prometo confirmar sobre Marcel Mauss.

Depois de 6 meses "out" (ouch?)...

APÓS LONGO E TENEBROSO INVERNO DE ESTUDOS,

TENHAM UM FELIZ (E PONTUAL) 2010!!!

Postarei com atraso minhas AVENTURAS NA BIBLIOTECA.