quarta-feira, 24 de junho de 2009

Do direito à desconexão


Depois que eu for “otoridade”, eu vou fazer um mestrado e escrever uma tese sobre O DIREITO À DESCONEXÃO. Sim, porque o fato de ter nascido na Era da Informação não faz de você um CATIVO da tecnologia!

E, sob o aspecto da desconexão, se envolver é antônimo de desenvolver, eu diria que o Direito do Trabalho envolveu. Se envolver é sinônimo de cativar, eu diria que o Direito do Trabalho CATIVOU os trabalhadores. Fez de nós CATIVOS.

Explico: antigamente, estar de sobreaviso significava ficar em casa, esperando o funcionário da fábrica chamar, se fosse preciso. Hoje, com o celular, você não precisa mais ficar em casa. Pode fazer o que quiser, ir aonde quiser, e, não precisa, portanto, do pagamento do sobreaviso.

ERRADO!!! Você não pode, por exemplo, tomar todas. Você corre o risco de o celular tocar e você ter que ir trabalhar. Ainda que você possa ir ao shopping, você não pode pegar um avião. E ainda que você não queira beber, nem fazer compras, nem viajar, VOCÊ NÃO PODE DESLIGAR O CELULAR!!!

Sei que poucas pessoas enxergam como eu, mas, para mim, não poder desligar o celular é uma violação à liberdade. E o interessante é que isso, para mim, é de uma obviedade dogmática! Para você, não é. Mas é assim, pela dialética, que se constrói uma teoria rica, ou seja: sabendo que do meu lugar eu não vejo o mesmo céu que você vê daí. Talvez por isso eu queira me desconectar do trabalho. Para ver o céu. Meu céu deve ser mais bonito do que o seu.

E se o seu sol nasce quadrado, meu caro “workaholic”, o problema, definitivamente, não é meu! Mas tente enxergar que o sol de algumas pessoas ainda é redondo como as redondezas que elas costumam desbravar quando o sol se põe e a jornada termina. Algumas pessoas querem dedicar tempo à casa ou ao lazer, ainda que isso signifique, para elas, menos dinheiro. Sim, isso existe! Ela não quer ser oficial de gabinete porque quer tempo para dançar ballet. Ele não quer ser diretor porque já tem filhos e filhos demandam tempo. Aliás, ele PENSA que filhos demandam tempo. Você consegue trabalhar 12 horas por dia e ser um pai presente. Sua esposa consegue trabalhar outras 12 horas, frequentar a academia e ser uma mãe presente. Mas eles não conseguem. Respeite a bailarina. Respeite o papai.

Carolina Sousa Martins

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tanto faz


( a imagem acima foi retirada do site: http://anjodeluz.ning.com/ )

Tanto faz
Que eu venha soturno noturno
Ou cristalino vespertino.
Tanto faz
Que eu venha com porta-vozes
Ou amordaçado por algozes.
Tanto faz
Que eu venha com beladona
Ou quem me dará carona,
Se pagas beijos com veneno,
Se estragas com essa amargura
A intenção de quem só lhe deseja ternura!
Absurdo mudo e cego
O desastre de teu ego,
Da tua inteligência,
Que não pode ver, nem compreender
Que a fé é a ciência
E que somos um só ambiente.
Adolescente ou subjacente,
É pobre não perceberes que se em ti tenho vida,
Abrir-me ferida te suicida!
Sim, Inteligente detector de feridas,
Dirige tua energia para tuas veias abertas.
Esquece as dores alheias e incertas.
Eleva tua mente para detectar tuas metas.
Nem é nobre não conceber que teu agir em tudo influi
E meu afligir te polui.
Não, você nem intui
Que afago é presente que não se recusa,
Perdão é remédio que sempre se usa
E ira é trilha do auto-castigo.
Negar a face a um beijo amigo
É abrir mão de ser feliz consigo.
A ti, que já sabes tudo, saúdo!
De meu lado, me orgulho de ser aprendiz!
Eu sou o amor, que te faz tão feliz.


Carolina Sousa Martins

2009