quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

FSMART

Se amanhã, numa noite qualquer,

Você se sentir perdido em caminhos estrangeiros,

Busque-nos na certeza de ter sido, você mesmo, muitas vezes, nosso norte.

Se amanhã, numa noite qualquer,

Você sentir saudade do seu próprio brilho,

Busque-nos na certeza de nos iluminar com sua simples presença.

Se amanhã, numa noite qualquer,

Uma pequena lembrança for capaz de emocionar,

Busque-nos numa canção que faça de nós um depoimento de amor.

Se amanhã, numa noite qualquer,

A alegria lhe escapar,

Busque-nos nas memórias felizes da terra-mãe.

Se amanhã, numa noite qualquer,

A dor da ausência, por acaso, vier,

Busque-nos no carinho dessas palavras.

E se amanhã, nessa noite qualquer,

Você sentir vontade de ser igual, de pertencer,

Busque-nos num vôo. (rs)

E venha. Venha, sim!

Mas, se não puder, ainda assim nos busque

Pois nós já iremos com você!

Seremos a esperança de que você se maravilhe com o novo.

Seremos a força para a luta.

Seremos a certeza da vitória.

Seremos a dor do medo de que você não volte.

Seremos a alegria das suas alegrias.

E a saudade da saudade.

O amor dos amores.

A família.

Carolina Sousa Martins

2012

Tatuagens na alma

(imagem disponível em todaperfeita.com.br )

Que minha boca seja cada dia mais sensível

E meus ouvidos, menos.

Que eu seja sempre cheia de “vocês”.

E de sonhos.

Por mais que o celular saia do ar

E os sonhos, do trilho.

Que eu traga cada vez mais brilho

Ainda que saia chamuscada.

Que eu esqueça o que sobra,

Mas nunca a Tua obra.

Que eu me lembre da camisinha

E, principalmente, da canetinha. E da pazinha!

Pois o anjo que me guarda necessita de pausas.

Pausas para desenhar e brincar na areia.

Pausas para ouvir sereias.

Pausas para me esquecer e me deixar me esquecer de doer.

Pausas para me reescrever.

Carolina Sousa Martins


sexta-feira, 20 de maio de 2011

POR UMA VIDA MIÓ

(imagem disponível em holytaco.com )


Jornalistas reprovaram. Professores reprovaram. A ABL reprovou. E uma Procuradora da República previu uma série de ações judiciais. Parece que só mesmo o Programa Nacional do Livro Didático, do MEC, aprovou.

“Por uma vida melhor” é o nome do “livro” que defende ser correto falar “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado”. É um “livro didático” de Português! E foi efetivamente aprovado por uma comissão do MEC. Comissão da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mas antes que comecem a insinuar, sou obrigada a alardear: esse não é o linguajar potiguar!

Mas a autora, Heloísa Ramos, pondera. Falar assim pode ensejar “preconceito linguístico”! Acontece que, pela lógica que parece ser o panorama desse preconceito identificado pela autora – a lógica da institucionalização da ignorância -, se somados cem mil reais gastos em materiais de construção, numa obra pública, a outros cem mil reais pagos pela mão de obra, o montante a ser retirado dos cofres públicos é de trezentos mil reais! E a vítima ainda é o ladrão...

Infelizmente, o MEC selecionou o livro, em evidente desserviço à educação (ou serviço à deseducação?) e, agora, “lava as mãos”:
“- Não somos o Ministério da Verdade. O ministro não faz análise dos livros didáticos, não interfere no conteúdo. Já pensou se tivéssemos que dizer o que é certo ou errado? Aí, sim, o ministro seria um tirano – afirmou um auxiliar do ministro Fernando Haddad, pedindo para não ser identificado.” (http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2011/05/15/mec-lava-as-maos-no-caso-dos-livros-com-erros-924468819.asp)

Será mesmo que o dever de aprovar ou não um livro “didático” é tirania? É por demais óbvio que o papel desse ministério seja, sim, selecionar as obras que orientarão os estudos. Mas, se não há análise do teor, qual o critério utilizado para que se escolham essas obras? Muito mais grave é dizer que não há proibição de conteúdo. Então selecione-se pela capa! Ou pelo autor! Assim, melhor se explicaria a frase “nós pega o peixe” (eles “pega o peixe” e quem não tem “peixe” fica “a ver navios”).

Aliás, observe que eles “pega” o peixe. Eles não “pesca” o peixe. Pescar dá muito trabalho. E é essa a verdadeira problemática subjacente à aprovação desse material para as escolas. É a institucionalização não só da ignorância, mas também da preguiça! Não importa que o livro eleito seja sobre táticas de guerrilha, nem tampouco racista ou homofóbico? Talvez não, se, para elegê-lo, for imprescindível o trabalho de ler. E foi esse o contexto que abrigou a defesa do Ministério da Educação, que afirma simplesmente não exercer ingerência sobre os livros escolares que aprova. Traduz-se em falta de compromisso. Perante demais professores. Perante alunos. Perante a sociedade.

E nada há de importar mesmo, na medida em que este não é o primeiro episódio sobre o assunto (haja vista o livro politicamente tendencioso aprovado para a educação pública: “História e Vida Integrada”). Trata-se de uma política educacional tendente a defender a deseducação, a incutir ideologias favoráveis ao governo PT e a tentar corromper a História, numa releitura (ou reescrita?) perigosa, desonesta, parcial e comprometida com o descompromisso, que se usa dos meios de comunicação para convencer.

Mas, pensando bem, esse descompromisso coincide perfeitamente com os ideais de perpetuação no poder (ideais esses que – justiça seja feita – são inerentes a quase todo homem que ocupa um cargo de soberano). Se Luís XIV fosse analfabeto, provavelmente proibiria o funcionamento de escolas e promulgaria uma lei para os estudantes. A lei do menor esforço. E se Maria Antonieta chamasse a si mesma de “estudanta”, após as críticas obrigaria a todos que a designassem por esse termo.

Para que se sustente a longo prazo a ideologia do menor esforço e da falta de compromisso, se faz necessário um eleitorado “dócil”, desarmado. E a apologia à ignorância, na era em que conhecimento é dinheiro, só pode ser entendida como manobra para inutilizar o adversário! Portanto (sem a pretensão de abrir a vasta discussão filosófica sobre a existência do certo e do errado), ensinar errado é divulgar uma informação falsa, em detrimento do concorrente. Assim sendo, se irão alegar “preconceito linguístico”, eu protesto: ensinar errado é concorrência desleal!

Ora, deixemos que os norte-americanos ignorem a existência de Santos Dumont, escrevam que a Amazônia é patrimônio da humanidade e ainda acreditem ter vencido a Guerra do Vietnã. E daremos a isso o nome de “lavagem cerebral”. Ou “alienação”. Abaixo do Equador, somos mais “adaptáveis”. Dane-se a Constituição. Altere-se a lei e crie-se a reeleição. Emende-se a lei e faça-se o “Aerolula”. Reforme-se a lei e o presidente doente dará vez a nova eleição. Mude-se a lei da gramática e “nós vai” falar correto. De fato, há poucas leis inegociáveis. Eu espero ansiosamente pelo dia em que o obstáculo for a lei da gravidade.

Os (poucos) que defendem o “livro” se revoltam contra as críticas, que dizem proceder de “não especialistas”. Por isso, esclareço que venho em defesa da língua pátria, não por ser pedagoga, nem formada em Letras, mas por ser alfabetizada e vislumbrar um país em que professores não confundam analfabetismo com regionalismo. Afinal, analfabetismo só é língua oficial em uma região: a “Região dos Analfabetos”! E, no futuro, ao descrever qual era o estágio da Educação em 2011, para os meus netos, não quero cometer o “pecado pleonástico” de usar: HÁ ÂNUS ATRÁS!!!

Carolina Sousa Martins

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Muito difícil ser mulherzinha

(a imagem acima foi retirada de stockphotos.it )


Adoro minhas amigas DJENSES!

Quérous! Estou em crise... Tentando ser mais mulherzinha, menininha... Usando salto, saia, maquiagem... Tudo rosa! Mas é FODA! Minha essência é djénse, favela, "devasssaaaaa"! Rsrsrs! Gosto de torresmo e cerveja no copo americano sujo! Eu queria ser a Lady Katy do Zorra Total quando ela lembra do passado! De shortinho de lycra cantando pagode! "Lua vai, iluminar os pensamentos dela..."...

Antigamente eu marcaria meu aniversário sem pestanejar no Calafão... Mas minha "tentativa cor-de-rosa" ten me deixado constantemente em cima do muro...

Semana passada eu confesso que até pequei... Fiz penitência por ter pulado, gritado e por ter feito coraçõezinhos com as mãos na frente do Babão... Tsc, tsc, tsc... Ganhei até uma palheta de presente que eu queimei com alcool, simbolizando assim o meu arrependimento... No dia seguinte, não tomei dramin, aspirina, neosaldina e aguentei sozinha o peso da ressaca como punição... Difícil... Muito difícil... Muito difícil ser mulherzinha... Mas eu vou conseguir! E darei meu testemunho em rede nacional!

Denise Andretta, my friend :)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ser ou não ser a outra? Eis a questão.

(a imagem acima foi retirada do site sodahead.com )

Ser ou não ser a outra? Eis a questão.

A questão não é a documentação do casamento ou a satisfação social. A questão é ser especial. Todo ser humano nasce se sabendo único e é natural ter vontade de se sentir especial. E pra isso serve um relacionamento romântico: para o ser humano se sentir bem e ser melhor. É pro nosso treinamento de ser feliz. É a parte boa do dia. É a cereja da vida.

Eu sempre pensei que se você consegue “aproveitar”, sem carências, cobranças ou necessidades especiais, aproveite! Sim, muitas mulheres “somos” portadoras de necessidades especiais. Necessidades como a vontade de ter alguém pra chamar de seu.

Se você consegue viver o momento sem projetar um futuro junto a quem participa desse “momento”, então “viva”! Parabéns!

Mas, depois dos 25, a gente conjuga as primeiras rugas e as primeiras fugas de sanguessugas. A gente aprende sobre si e sobre defesa de si. Sem dó, nem ré. Só mi.

Não quero temer uma dor futura por causa de alguma passada. Não quero calejar o coração e fazer dele uma couraça. Um couração... Não quero que o relógio da cura dessensibilize aquele coração que não sabe viver sem o lado “romantique”. Romantic, tac, tic, tac...

E, “para mi”, “a outra” nunca será “a única”. Aliás, a outra nem deve ser “a única outra”. “Não, não quero ser a ostra, pois, assim, você nunca será meu marisco!” rs

Paremos de falar que só existem homem infiéis, homossexuais ou casados! Tudo o que foi criado nasceu do pensamento. E pensamentos delusórios são premonitórios de tempos inglórios!

Não digo “dessa água não beberei”. Mas não falarei. Não pensarei. Não atrairei. “Só sei que nada sei.” E às vezes, só se sabe da bigamia quando já se está na “enfermaria” - doente de paixão!

Minha receita à paciente? Primeiro: ser paciente. Segundo: gostar de si. Terceiro: seguir a Lei dos Dez: descontinuar, desconectar, descontaminar, “descontactar”... pôr fim ao contato imediato, mediato, de segundo, terceiro, último grau!

Acredite: você merece alguém por inteiro. E a angústia que você sente? Não, não é angústia pela paixão dividida. É angústia nascida dessa mesma culpa social que você diz não sentir. É angústia parida pela sociedade a quem você diz não dever satisfações (mas de quem inconscientemente você sente punição ou teme um castigo). É a angústia-falta, quando o amor deve ser plenitude. É a angústia-desserviço, quando o amor deve ser lealdade. É a angústia-bomba, quando amor deve ser a serenidade pelo fim da busca. É a angústia-medo de ficar só, quando o amor deve ser a certeza de ter alguém ao lado. É a angústia-devedora, que não paga os momentos vividos a sós, quando o amor é a devoradora extravasão. É a história-nudez, quando o amor é a nudez-história. Afinal, quem foi que disse que você não é digna de dias nobres, Natais, domingos, sábados à noite e feriados?

Carolina Sousa Martins

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Breve filosofar sobre o amor familiar

(a imagem acima está disponível em gatheredangels.blogspot.com)


Hoje o mundo não é mais quadrado. Um dia foi. Mas, ainda hoje, se diz, pelos “quatro cantos do mundo”, que amor de mãe é incondicional. Talvez não seja. Ele tece uma dívida que espera (e é justo que espere) motivos para se orgulhar; uma dívida que espera (e é justo que espere), no fim da vida, cuidados, retribuição, qualidade de vida... Mas não seria a vida sozinha a própria qualidade? Não seria amor incondicional aquele cuja recompensa é o próprio amar? Não seria amor incondicional aquele focado na motivação, e não no resultado? E, por outro lado, não seria a família aquela microsociedade que infere os motivos a partir dos resultados? Não seriam pai, mãe, irmão e tia aqueles seres que mais se amam e que menos se conhecem?


Carolina Sousa Martins

quarta-feira, 9 de junho de 2010

De novo amor

(a imagem acima é do site byfiles.com)


Vou envelhecer sem endurecer,

Seguindo adiante cada vez mais amante.

Eu sinto uma paixão mirabolante!

Mal posso esperar por estar em teus braços

Depois de dias a adivinhar teus traços.

Do teu coração, ouço as badaladas

Que batem à minha porta, fadadas

A se misturar à sinfonia das minhas veias

Sob a maestria do milagre de rendar vidas em teias.

Vidas inteiras...

E há vida fora de nós? Não importa!

E a vida fora de nós não importa.

Ela já corre para lhe abrir a porta.

Meu mundo quer parar e esperar e só girar para esperar.

Para te esperar...

É como se eu sempre tivesse esperado.

Sem nunca antes ter esperado.

Esperança e intemperança de dádiva da vida
Que sabe que no melhor da jornada

Estão sempre as, sem hora marcada, encomendas.

Que nos surpreenda o show sem agenda!

Sim, senhora marcada!

Impossível sentir isso e prosseguir ateu.

Isso faz parte da agenda de Deus:

Compromisso com a vida -

Essa ávida, grávida e sabida subida.

Sinto alterações. Em mim, halteres.

Sinto a bênção da deusa Ceres.

Sinto que Deus gosta mais das mulheres...


Carolina Sousa Martins