sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ser ou não ser a outra? Eis a questão.

(a imagem acima foi retirada do site sodahead.com )

Ser ou não ser a outra? Eis a questão.

A questão não é a documentação do casamento ou a satisfação social. A questão é ser especial. Todo ser humano nasce se sabendo único e é natural ter vontade de se sentir especial. E pra isso serve um relacionamento romântico: para o ser humano se sentir bem e ser melhor. É pro nosso treinamento de ser feliz. É a parte boa do dia. É a cereja da vida.

Eu sempre pensei que se você consegue “aproveitar”, sem carências, cobranças ou necessidades especiais, aproveite! Sim, muitas mulheres “somos” portadoras de necessidades especiais. Necessidades como a vontade de ter alguém pra chamar de seu.

Se você consegue viver o momento sem projetar um futuro junto a quem participa desse “momento”, então “viva”! Parabéns!

Mas, depois dos 25, a gente conjuga as primeiras rugas e as primeiras fugas de sanguessugas. A gente aprende sobre si e sobre defesa de si. Sem dó, nem ré. Só mi.

Não quero temer uma dor futura por causa de alguma passada. Não quero calejar o coração e fazer dele uma couraça. Um couração... Não quero que o relógio da cura dessensibilize aquele coração que não sabe viver sem o lado “romantique”. Romantic, tac, tic, tac...

E, “para mi”, “a outra” nunca será “a única”. Aliás, a outra nem deve ser “a única outra”. “Não, não quero ser a ostra, pois, assim, você nunca será meu marisco!” rs

Paremos de falar que só existem homem infiéis, homossexuais ou casados! Tudo o que foi criado nasceu do pensamento. E pensamentos delusórios são premonitórios de tempos inglórios!

Não digo “dessa água não beberei”. Mas não falarei. Não pensarei. Não atrairei. “Só sei que nada sei.” E às vezes, só se sabe da bigamia quando já se está na “enfermaria” - doente de paixão!

Minha receita à paciente? Primeiro: ser paciente. Segundo: gostar de si. Terceiro: seguir a Lei dos Dez: descontinuar, desconectar, descontaminar, “descontactar”... pôr fim ao contato imediato, mediato, de segundo, terceiro, último grau!

Acredite: você merece alguém por inteiro. E a angústia que você sente? Não, não é angústia pela paixão dividida. É angústia nascida dessa mesma culpa social que você diz não sentir. É angústia parida pela sociedade a quem você diz não dever satisfações (mas de quem inconscientemente você sente punição ou teme um castigo). É a angústia-falta, quando o amor deve ser plenitude. É a angústia-desserviço, quando o amor deve ser lealdade. É a angústia-bomba, quando amor deve ser a serenidade pelo fim da busca. É a angústia-medo de ficar só, quando o amor deve ser a certeza de ter alguém ao lado. É a angústia-devedora, que não paga os momentos vividos a sós, quando o amor é a devoradora extravasão. É a história-nudez, quando o amor é a nudez-história. Afinal, quem foi que disse que você não é digna de dias nobres, Natais, domingos, sábados à noite e feriados?

Carolina Sousa Martins

2 comentários:

Denise Andretta disse...

Saudades de você, Carol. Uma das minhas promessas para 2011 é reativar meu blog. Preciso muito escrever... Beijos!

censuralivre disse...

Querida, adorei esse post. Sabe que quando leio as coisas que você escreve, me sinto mais próxima de você. Muito gostoso! Beijos da sempre amiga, Carrot's.