quinta-feira, 17 de julho de 2008

Acaratapa


(a imagem acima foi retirada do blog http://tantodemim.blogs.sapo.pt )


Será que dou a minha cara a tapa?
Será que dou, minha cara? Tapa?
Será que dou, a minha cara, tapa?
Será que dou? A minha cara, tapa.

Cadê meu seguro? Não me sinto segura. Da. SOS amiga. Ela me manda dar a cara a tapa, dar a outra face, DAR... Desligo o telefone convencida a “jogar tudo pro alto e aterrisar” (afinal, “mulher q não dá, voa”). Estava pronta pra agarrar a chance que eu estava tendo de viver uma experiência tórrida.

No dia seguinte, foi ela quem ligou. Cedo. Exatamente trinta segundos após eu apertar o “on” do celular. Ainda estava sob o efeito de Byron, quando o telefone tocou.

Oi! Fala. Quê? Esquecer o q vc falou? Atropelada? Quem dá a cara a tapa é atropelada?

Ressaca moral. Depois de tudo o que aconteceu, ela ainda saiu com ele.

Resultados matematicamente “pré-visíveis”. A não gosta de C + C gosta de A. Variáveis: se A é a mulher, A e C não saem juntos; se A é o homem, A e C saem. Se A e C são homo, eu não sei. Supondo q A e C saem = A come + SOME + C (é! vC, mesmo!) se sente péssima.

Faz uma coisa A-GO-RA: pega o teu celular. Vai no nome dele. Agora clica em “editar”. Digita: “se atender, é burra”. Melhor: “se atender, quero ser gorda”. Agora repete comigo: “Deus, por favor ouça essa prece. Se eu o atender mais uma vez, quero engordar dez quilos!” Anda. Repete.

Vai. Pode continuar a história (apesar de eu já saber o final).

Chega! Não quero mais nem ouvir...
Agora vc vai fazer o que eu mandar! Vai imaginar ele bem grande, bem grande... gigante! Crescendo, crescendo, crescendo até ficar ridículo. Anda, colabora! Como assim não ‘tá adiantando? Ouvi dizer que funcionava... Pensei até em fazer isso com a balança...
Hum... Então... Que tal imaginar bem pequenininho, então? TUDO pequenininho! Vai. Faz isso. Fez?

Vamo lá. Repete o nome dele comigo cem vezes, que vai perder o significado! Agora se lembra daquele topete ridículo. Isso. Gostei dessa.
Agora imagina os amigos dele rindo da tua cara. Ah, não? Vc REALMENTE ACHA q ele não vai contar? Ele vai “tirar tanta onda”, q os amigos dele vão ter dó de vc (mas mesmo assim vão espalhar pra cidade inteira!) Ô, amiga, não chora... Calma... Respira fundo... Não, eles não vão rir de vc naum, ‘viu? Era brincadeira minha, ‘tá?

Já sei uma coisa que vai funcionar: pára no supermercado. Compra um toblerone. Dá um cheque, ué! Então paga com cartão. Compra essa porcaria logo, q eu pago, caramba! Dá aí o número da tua conta q eu transfiro o dinheiro do chocolate.

Já começo a pensar (sem dizer a ela) q não devia ter dado a MINHA cara a tapa ontem. O tapa deve estar a caminho... E o cara também. A caminho do sumiço...

Antes de desligar o telefone, ainda a ouço dizer um melódico e meigo “Boom diia!”aos colegas de trabalho. Como se tivesse tido uma ótima noite de sono... A segunda-feira vai começar. E ela é uma profissional eficiente.

Carolina Sousa Martins

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