sexta-feira, 11 de julho de 2008

A segunda era ela



Era noite, mas ela não estava parda
Estava pálida
Lívida
Mas não frígida
Vívida
Como sempre atrevida
Ela preferia que fosse sábado
Mas para ela era, embora fosse segunda
A segunda era ela.

Mas não quis parecer parda
E se arrumou para ele:
O sábado de sua criação.
Ela preferia não mentir
Mas deu uma desculpa
E deixou o trabalho (pois) sem culpa.
Ah, se sua mãe soubesse!
Ora, esquece:
A segunda, já era.

Sem se sentir gata, mas sem querer ser parda
Seu sentimento eclodia
E pelas paredes subia e se ouvia
Um toque de um telefone voraz
Pra lhe minar sem fazer mina
Pra desarvorar a menina
Ele não vem mais.
Ela precisou dele.
A segunda, ela era.

Carolina Sousa Martins

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