sexta-feira, 11 de julho de 2008

Amar "emburrece"?

Eu achava que o meu jeito de amar é que era cego, surdo e burro. Mas agora acho que não. Acho que amar “emburrece”, mesmo. Aquele olhar no infinito, que lembra alguém que acabou de fumar maconha é o primeiro sintoma. Isso sem falar naqueles "viciados” que ficam visivelmente desconfortáveis quando a sua "droga" não está por perto. Exemplo: chá de panela. Sempre tem uma estraga-prazeres que, na hora em que todas querem extravasar, dizendo que nenhum homem presta, interrompe e diz: "Ah, mas o meu chuchuzinho não é assim..." Neste momento, as outras se entreolham lembrando das histórias do “chuchuzinho”, que já foi visto na “Festa do Milho”, bêbado, dando em cima das amigas da academia dela e na boate do shopping agarrando uma loira horrorosa, embaixo da escada. Claro. Tinha que ser horrorosa. Afinal, todas as que pegam os namorados das nossas amigas são incrivel e coincidentemente horrorosas, artificiais, bregas, “putys” (pronúncia: píuris!) e burras. Não têm uma qualidade sequer! Não é incrível?

Mas, voltando ao assunto, acho que até pra amar é preciso de um pouco de experiência. Experiência, q leva à inteligência, 'né? É, porque até a inteligência eu acho que pode ser exercitada. Não é um dado estático. Como eu dizia, eu achava que meus namorados me “emburreciam” e que, quando acabava um namoro, eu precisava da companhia eletricamente estimulante das minhas amigas pra recuperar o tempo perdido e todos os lucros cessantes da minha inteligência. E eu continuo achando que a presença das minhas amigas me ajuda a pensar mais rápido e me deixa mais culta e mais atenta. Já pensei até em um curso de reciclagem do cérebro pr’aquelas mulheres que estão com alguém há muito tempo: Passe três dias só com as amigas em nosso “Clube das Mulheres”! Ninguém vai aumentar o som da TV quando você estiver falando (aliás, ninguém vai nem encontrar o controle remoto no meio da maquiagem); ninguém vai dizer que você fala alto; ninguém vai dizer que todas as suas amigas falam ao mesmo tempo; ninguém vai dizer que mulher é fofoqueira; e, se vc quiser, a gente ainda ajuda a falar mal da anta da sua empregada, da lambisgóia da secretária do seu marido ou do imprestável do seu cunhado. Temos manicure, cabeleireiro, massagista e terapeuta! Todos mudos! Pra você poder falar mais! Temos um pequeno shopping aberto 24 h, com “delivery” de bombons da “Kopenhagen”, papelaria e lojas de roupas femininas, mas só vendemos roupas curtas, decotadas, transparentes ou “lingeries”. Temos ainda motoristas e “personais” sósias do Erik Marmo, do Paulo Zulu, do Dado Dolabella, do Nicola Siri, do Brad Pitt, do Gianecchini e do Calomeni, que mandam flores e acompanham as hóspedes solteiras nas sessões de cinemas românticos que são exibidas diariamente no nosso shopping. Mas isso é só pras solteiras, pois a intenção não é “emburrecer” mais ainda as comprometidas! Ah! Também promovemos festas em nossa boate (para o caso de vc se cansar de falar o tempo todo e resolver se lembrar de q vc não é transparente). E, como pensamos em tudo, temos também um “simulador de banheiro de boate”, caso vc necessite de uma readaptação prévia a esse ambiente prejudicial aos tímpanos, mas também essencial ao resgate do seu Q.I. Para ajudar na sua recuperação, as portas, as luzes, o DVD da sala, o som, tudo obedece a comando de voz. Nada de botões. Já pensou? Seria uma espécie de academia pros cérebros sedentários das mulheres casadas!

Será possível amar com inteligência? Se a resposta for sim, a censura não é livre. Eu concordo com que o início, a conquista, depende apenas de um ímpeto de coragem. É! Vc precisa de coragem! Mas todo o resto requer um mínimo de maturidade. Com que idade será que Deus permite o acesso ao amor inteligente? O amor é, sim, piegas, ridículo! Vai dizer?! Lembra aquele “galalau” (como diria minha mãe) do Big Brother falando NA TELEVISÃO q queria “fazer momô” com a namorada?Ah! Poupe-me!

Mas... “quem irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?” Parece que os apaixonados sempre acham que o amor já não tem glicose suficiente pra sanar a embriaguez da paixão e encontram um jeito de adicionar mais! No entanto, nada descreve melhor esse estado de espírito do que as melosas cartas e canções escritas enquanto se está ébrio de amor... Leia-as depois de passado o efeito e vc saberá do que estou falando... Enfim, “só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor é que são ridículas”. E como disse Paul McCartney, “I only know that when I'm in it: it isn't silly; love isn't silly, love isn't silly at all".

Carolina Sousa Martins

Um comentário:

Unknown disse...

só não gostei do trecho que fala do cunhado... hehehe
beijão!
Mael