sexta-feira, 11 de julho de 2008

Amor pós-moderno



Sou de uma geração singular,
talvez a última que conheça o amor
e o instante derradeiro antes do ápice
quando se ama de verdade.
Ai, geração singular...
Camisolas congeladas
Flores pedindo concordata
Fragmentos de carinho em átomos de tempo
Delírio breve, martírio eterno
E não se sabe aonde foi parar o terno.
Ai, geração singular...
Quão difícil é explicar?
Deixa o amor durar mais que um “ficar”!
Aprende uma alquimia imemorável,
uma sede que excede
Apreende a dialética de ser um,
a matemática da divisão que é soma
Abre mão de uma migalha
Saiba ser sábia geração-sabiá
E se doe a algo que valha
Não se doa, espere
Não se desespere
Ai, geração singular...
De tanto valorizar o ímpar
E desprezar o par
Há de acabar
Singular.

Carolina Sousa Martins

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